Autocoleta para HPV
- Gustavo Campana
- Oct 17, 2024
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A autocoleta é um procedimento de coleta de amostra vaginal realizada pela própria paciente. Ela foi desenvolvida para auxiliar na ampliaçãoda realização de testes de infecções sexualmente transmissíveis (DSTs) entre mulheres, devido a im,portância do rastreio de c6ancer de colo uterino e para ajudar a contornar o desconforto e o constrangimento dos exames pélvicos. Estudos mstram que as amostras auto-coletadas são tão eficazes (sensibilidade e especificidade comparáveis) quanto as amostras coletadas clinicamente. Além disso, a autocoleta foi considerada altamente aceitável entre as mulheres e um fator chave na aceitação da participação em programas de rastreamento cervical.
A autocoleta é recomendada pelas seguintes instituições: Organização Mundial da Saúde, Sociedade Americana de Colposcopia e Patologia Cervical e Sociedade Brasileira de Ginecologia. Pode ser utilizado por todos os indivíduos que possuem cavidade vaginal e são sexualmente ativos. O Ministério da Saúde recomenda que o o exame preventivo seja realizado entre 25 e 64 anos.
Um estudo com mais de 250 pacientes na África avaliou a capacidade de detecção de HPV em pacientes que foram submetidas tanto aos métodos de coleta ginecológicos tradicionais quanto ao método de autocoleta, de maneira randomizada.
A autocoleta detectou 15% mais casos de HPV quando compa- rado com a coleta clínica. Ainda, no que se refere à detecção de genótipos de alto risco oncogênico, o autocoletor vaginal teve um positividade em 24,9% dos casos, comparado com 15,8% de detecção de casos na coleta clínica. Em relação a uma genotipagem estendida, detecção de genóti- pos de alto e baixo risco, praticamente todos os genótipos foram detectados com mais frequência pela autocoleta do que pelo swab endocervical coletado por profissionais da Saúde.
Em um outro estudo realizado com 385 mulheres na Espanha, foram avaliadas amostras pareadas (autocoleta vaginal e amostra cervical coletada pelo médico), coletadas de cada participante para comparar a detecção de HPV. A avaliação foi realizada ainda em dois perfis de pacientes: pacientes sem nenhum histórico de infecção e pacientes provenientes de serviços citopatológicos.
Em todos os cenários de avaliação (grupo total, grupo sem histórico de infecção e grupo dos serviços citopatológicos) a autocoleta vaginal conseguiu detectar uma maior quantidade e porcentagem de casos de HPV de alto risco oncogênico, com uma diferença estatística siginificativa, entre os dois métodos.
Esse estudo buscou também avaliar a percepção de uso e a aceitabilidade das pacientes diante do dispositivo de autocoleta.
No geral, os resultados representam experiências positivas com o dispositivo e/ou preferência pela autocoleta vaginal.
Texto elaborado por Dr. Gustavo A. Campana (CRM 112.181)



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