Intolerância à Lactose e a avaliação genética
- Gustavo Campana
- Dec 2, 2024
- 2 min read
A intolerância à lactose é uma condição em que o organismo tem dificuldade em digerir a lactose, o açúcar presente no leite e seus derivados. Isso ocorre devido à deficiência ou ausência da enzima lactase, responsável por quebrar a lactose em componentes menores para sua absorção no intestino delgado. Quando não digerida, a lactose chega ao intestino grosso, onde é fermentada por bactérias, produzindo gases e ácidos que levam aos sintomas característicos da intolerância.
Os sintomas geralmente surgem entre 30 minutos e 2 horas após a ingestão de alimentos contendo lactose e podem incluir:
• Distensão abdominal
• Diarréia
• Flatulência
• Náuseas
• Desconforto ou dor abdominal
A intensidade dos sintomas varia conforme a quantidade de lactose ingerida e o grau de deficiência de lactase de cada indivíduo.
Existem 3 (três) diferentes tipos de Intolerância à Lactose:
1. Hipolactasia do tipo adulto: É a forma mais comum, onde há uma redução natural da produção de lactase após a infância. Estima-se que cerca de 40% dos brasileiros apresentem esse tipo de intolerância.
2. Intolerância congênita à lactose: Uma condição genética rara em que a produção de lactase é ausente desde o nascimento, necessitando de dietas especiais para recém-nascidos.
3. Intolerância secundária: Decorrente de doenças ou lesões no intestino delgado, como gastroenterites ou doença celíaca, que afetam temporariamente a produção de lactase.
O diagnóstico pode ser clínico, baseado nos sintomas e na resposta à retirada da lactose da dieta ou por meio de exames laboratoriais, como o teste genético.
Este teste genético é uma abordagem que identifica variantes no gene MCM6 associadas à persistência ou não da atividade da lactase.
O teste genético é indicado para pessoas com sintomas sugestivos de intolerância à lactose que buscam um diagnóstico preciso, indivíduos com histórico familiar de intolerância à lactose e em casos onde os testes funcionais não são conclusivos ou não podem ser realizados. Este possui como vantagem o fato de ser não invasivo (uma amostra de swab oral).
É importante ressaltar que o exame genético avalia a predisposição à intolerância à lactose, mas não confirma a presença ou ausência de sintomas. Além disso, crianças podem apresentar expressão normal de lactase independentemente do genótipo, exigindo cautela na interpretação dos resultados nessa faixa etária.
A intolerância à lactose é uma condição comum que pode impactar a qualidade de vida. O exame genético oferece uma ferramenta precisa e menos invasiva para o diagnóstico, auxiliando na adoção de medidas dietéticas adequadas e melhorando o bem-estar dos indivíduos afetados.
Artigo elaborado por Dr. Gustavo A Campana CRM 112.181



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