Câncer de Próstata e a dosagem do PSA
- Gustavo Campana
- Nov 7, 2024
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O Câncer de Próstata é o 2o tipo mais comum de câncer no homem, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma, e a 2a causa de óbito por câncer nos homens. Segundo o INCA (Instituto Nacioanal do Câncer), a estimativa é que no Brasil sejam detectados cerca de 70mil casos novos por ano.
Alguns anos atrás, iniciou-se uma grande discussão na comunidade médica referente ao rastreio do Câncer de Próstata. Alguns países e instituições passaram a alegar que há maior risco na realização do rastreio, pois haverá um número grande pacientes diagnosticados e tratados e que apresentarão complicações decorrentes deste tratamento, com perda de qualidade de vida, o que é denominado de overtreatment (super-tratamento). Recentemente, revisões destes estudos demonstraram que o número de pacientes com doença metastática, isto é, em fase avançada e disseminada, aumentou, o que faz o rastreio e o diagnóstico precoce ser de extrema importância.
As principais sociedades médicas de países como Estados Unidos da América e também no Brasil recomendam o rastreio para pacientes acima de 50 anos de idade ou, caso tenham histórico familiar, aos 40 anos de idade, porém de forma individualizada, isto é, com uma avaliação médica.
O rastreio é realizado pelo exame clínico, o toque retal, ou pela dosagem do PSA (Antígeno Prostático Específico), uma proteína produzida pela próstata. O valor de referência para o PSA é de até 4,0 ng/mL. em adultos jovens, o valor acima de 2,5 ng/mL pode levar a suspeita e deve ser investigado.
É importante ressaltar que valores altos de PSA não significam o diagnóstico do câncer, pois condições como infecções da próstata (prostatite), inflamação, trauma e a HPB (hiperplasia prostática benigna) também elevam o PSA.
Valores acima de 10 ng/mL têm, geralmente, levam a uma indicação de realização de biópsia, para uma avaliação do tecido pelo alto risco de ser um câncer. Valores entre 4,0 e 10,0 geralmente levam a exames complementares como ultrassom e a dosagem do PSA Livre.
O PSA livre é uma fração do PSA que não está ligada a uma proteína. Com a dosagem do PSA total e do PSA livre, é calculada a relação entre eles. Esta relação auxilia na diferenciação da HPB e do Câncer de Próstata. Uma relação acima de 20% indica fortemente a influência da hiperplasia benigna sobre a produção do PSA. Já a relação < 15% aumenta a probabilidade de estarmos diante de um câncer de próstata e por isso mais exames são necessários.
Para a dosagem do PSA e do PSA Livre, é fundamental um preparo prévio ao exame, pois algumas condições podem interferir em resultados alterados, tais como:
Não manter relações sexuais ou ejacular 48 horas antes do teste;
Não ter feito exame de toque retal ou sondagem uretral 2 dias antes do exame;
Não ter realizado exame endoscópico da bexiga em menos de 5 dias antes da coleta de sangue;
Não ter praticado atividades como equitação, ciclismo ou passeio de motocicleta nas últimas 48 horas;
Não ter feito uso de supositórios 3 dias antes



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